quinta-feira, maio 31, 2012

Os Trabalhos De 2012



Esse tive o auxílio dos hot wheels do meu filho que foram muito importantes na composição dos brinquedos.


Esse foi um dos primeiros que comecei a tentar uma mudança de estilo. O aspecto da cena eu gostei.


Não fique bravos com este aqui. A proposta era essa mesma. Da criança visualizar as situações em que seus direitos são violados.



Dos onze anos de profissão, passei várias fases nesta vida de ilustrador. É engraçado como eu perco fácil, a graça pelos desenhos e logo procuro melhorar o que está errado no meu trabalho, sempre com a pressa resolver todos os problemas do meu traço num instante. Passei alguns anos trabalhando com as técnicas básicas em estilo de desenho, no que se refere a acabamento, usando muita aquarela que era o meu forte. Gosto também de trabalhar com acrílica e ecoline, usava isso muito quando desenhava quadrinhos em minha adolescência, mas o avanço da tecnologia, a agilidade do acabamento e redução de custos me obrigaram a migrar para as técnicas eletrônicas de softwares como, Photoshop e Corel Painter, no momento em que vi que os dois poderiam imitar com perfeição os efeitos de qualquer técnica de pintura, abandonei as tintas. Pra alguns, acham isso uma traição e outros ainda cultivam essas técnicas ou, pelos menos para se divertir em scrapbooks. O meu por sinal está bem paradão devido ao ritmo de trabalho que tem sido imposto. Infelizmente tem me sobrado pouco tempo para trabalhos pessoais, tanto que tenho gastado do pouco tempo que tem me sobrado dedicado-se apenas em hobbies como escrever, que é algo que não me toma tempo, mas tenho que procurar mais tempo para aprender mais técnicas de desenho. No começo desse ano procurei mudar o mais o meu estilo, deixando ele mesmo formal, trabalhando mais a caricatura e principalmente o cartoon que é o lado que mais tenho trabalho e que tem mais clientela. Tenho estudado e usado um livro muito bom chamado: Humongous Book of Cartooning de Christopher Hart. Tem me ajudado bastante a soltar o meu trabalho, fora que tenho visto muitos ilustradores que me inspiram como Rogério Coelho, Biri, Marcos Melo e o pessoal da Sputnik. Pois tenho chegado a um ponto da minha pintura em que não consigo mais progredir, e vejo que o caminho é evitar as cores obvias, como por exemplo, as árvores, tronco marrom, copa verde e frutos vermelhos. É um processo longo e dependendo do prazo de cada trabalho, e às vezes não me resta muita alternativa senão o feijão com arroz. Ano passado e nesse primeiro semestre trabalhei e desenvolvi muitos desenhos para uma editora chamada Aymará. Lá aprendi como lidar com os pincéis no photoshop e assim, causar um sombreado rápido e tem me dadas várias alternativas de texturas rápidas e eficazes. Antes, tinha muita dificuldade com isso. Pois não é fácil misturar um traço cartoon com fotografia, muitas vezes o resultado estava saindo artificial demais, mas usando pincéis diferentes tem melhorado muito os meus resultados. O meu outro problema e ainda é, o fundo. Cara, esse ano pesquisei algumas formas diferentes de fundo, mas no fim ainda não consegui um ainda melhor do que aquele velho estilo nuvenzinha que sempre faço. Vou continuar testando, gostaria que meus fundos imitassem fundo de pinturas de final inacabado, mas nem sempre dá certo. No desenho é assim, muita pesquisa. Uma das coisas que abandonei e não tenho sentindo falta, falando agora de traço, eram os bonequinhos pastilhinha, de cara redondinha e olhos representados por pontos. Sentia muita falta de saber expressá-los, por não ter como representar quando está olhando para uma determinada direção, fora que desenhar olhos com a parte branca junto com íris são bem mais expressivos. Outra coisa que estou arriscando pela primeira vez na vida é a simplificação. Sempre adorei um desenho cheio de detalhes e quando eu lido com literatura ainda prefiro usar esse recurso do detalhamento, mas como alguém já disse antes: A simplicidade é a mais avançada das sofisticações. (ou algo parecido). E tenho usado também para ganhar mais agilidade procurar sintetizar melhor minhas composições, sinto que meu traço fez um bom avanço com essa opção, mas sei tudo é experimentalismo, uma hora isso é bacana e noutra hora não. Talvez venha daí um dos meus maiores obstáculos que é uniformidade do traço, coisa que tenho trabalhado muito nesses primeiros meses de 2012, sinto que preciso decantar em um estilo específico e parar de me aventurar, traçando várias coisas de uma vez, e não deixando muita identidade com isso. Por outro lado fico com receio de ficar na mesmice. Tenho procurado trabalhos com paradidático, ano passado até consegui fazer um que está exposto no meu outro blog, a A Lua e o Porto pela Módulo Editora, mas ainda não consegui nenhuma encomenda esse ano. Tenho pensado num projeto pessoal também, e devo escrever nele até agosto. Desafios: Lançar mais trabalhos em 3D ,fazer uma animação de um minuto em 2D e assim por diante.

3 comentários:

Daniel Klein disse...

Isso aí Gomiére, pro alto e avante!

meus desenhos disse...

Oi Daniel,

Tambem sou ilustrador e, puxa.

Seu trabalho é excelente cara.
Também gostei do seu texto narrando as dificuldades que você enfrenta sobre estilos, simplificação, fundos, etc.
Penso que na vida, não importa quanto realizamos e se estamos realizados com o que já fazemos. O que importa (e isso infelizmente quase ninguém faz) é poder viver cada momento fazendo e gostamos do que fazemos. Isso é o suficiente.

Grande abraço e continue brilhando

Nivaldo Marques

Unknown disse...

Seu trabalho como ilustrador é incrível! A verdade, gostei muito e vou recomendar.
Quero ver mais desenhos.
Bjs